Hoje eu acordei com vontade de escrever

Tuesday, August 05, 2008

O tempo

Ai, o tempo.

O tempo que anda com passos de tartaruga agora que falta tão pouco para te ver. O tempo que voa mais rápido que a luz, a partir da hora que eu te conhecer. Você me precisando logo que nascer, me venerando quando começar a crescer, me detestando quando começar a querer ser gente, me aturando quando a independência for de sonho a fato, e me precisando outra vez, de tempos em tempos, quando a vida te der as surras que vida sempre dá.

Será que vou conseguir te ensinar a dizer por favor e obrigada, sim e não ou eu te amo nas horas certas? Será que vou ser capaz de ajudar você a construir sua auto-estima? Porque as mulheres, minha filha, precisam de auto-estima como precisam de ar, água e sorvete de chocolate. Será que eu tenho como te mostrar que a felicidade depende das coisas mais simples - respeito, boa vontade, amigos, sorrisos, animais de estimação, praia, alguém para dormir abraçadinho – e a tristeza é feita de coisas que nunca vamos entender – culpa, mentira, injustiça, morte, a quantidade de gente ruim nesse mundo? Será que vou dar um jeito de te ensinar certo até as coisas que aprendi errado?

Agora, que só tenho que me perguntar, o tempo me dá todo o tempo do mundo. Na hora em que chegar a hora de te ensinar (ou pelo menos te mostrar a melhor maneira de aprender com o mundo), o tempo vai me deixar para trás, aos tropeções, tentando fazer o meu melhor, achando o meu melhor pouco e vendo você crescer tão rápido.

Ai, o tempo.

Minha filha, como vou te ensinar a lidar com esse bendito tempo e as suas mudanças de humor?